Austeridade Financeira no futebol é o caminho para o sucesso?

Muito ouvimos falar sobre austeridade financeira no Fluminense. Um planejamento abalizado em austeridade financeira, e, consequentemente, em times médios e fracos típicos da gestão Flusócio/Vanguarda/Unido e Forte traz resultados efetivos? Um clube tradicional de futebol sobrevive a tal modelo de administração? Elencos baratos são sinônimos de competitividade com os pés no chão? Se vislumbrarmos a história do Fluminense em campeonatos brasileiros, teremos as respostas às questões suscitadas e veremos que o projeto atual está fadado ao fracasso!

A fim de demonstrarmos que austeridade financeira nem sempre é a solução, ainda mais levando-se em consideração a tradição e a grandiosidade do Fluminense, realizamos um levantamento sobre médias de público, desempenho, potenciais receitas, participações em campeonatos brasileiros desde 1971. O resultado de nossa pesquisa pode ser visto adiante.

MÉDIAS DE PÚBLICO

Festa do pó de arrozRanking

Com 15 mil torcedores pagantes em média por jogo, o Fluminense ocupa hoje a 11ª posição no ranking dos clubes que disputaram o campeonato brasileiro desde 1971.

Melhor média de público

Nossa melhor média deu-se em 1976, ano em que 46 mil tricolores pagantes assistiam à máquina tricolor por jogo.

Apenas a título de comparação, a maior média de todos os tempos pertence ao Flamengo com público de 66 mil torcedores pagantes por jogo em 1980. Em razão do tamanho dos estádios mais modernos, esta média dificilmente será alcançada por outro clube.

Pior média de público

Nossa pior média foi em 1993, com 1,8 mil pagantes por jogo.

Curiosamente, dos sete piores públicos de jogos do campeonato brasileiro (de 1971 a 2017), o Fluminense fez parte de dois deles: em 1993, contra o Sport, 129 pagantes estiveram no estádio das Laranjeiras, e, em 1997, contra o Grêmio, 167 pagantes foram ao estádio da Rua Bariri!!!(https://goo.gl/oFi2v9)


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No ano em que ascendemos para a Série A do Brasileiro (2000), lideramos a média de público do campeonato com 20 mil torcedores pagantes por jogo. Em 2002, nossa excelente campanha nos tornou líderes em média de público com 26 mil torcedores pagantes por jogo. Esta média foi alcançada também em razão da contratação do Romário, o que corrobora que a contratação de ídolos e sua manutenção fazem a diferença em qualquer clube de futebol.

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Com exceção de Flamengo e Corinthians, os líderes em média de público são sempre os clubes campeões ou que estejam retornando ao grupo de elite após rebaixamento.

Média de público em 2017:

Torcida FluminenseNossa média de público em 2017 ficou abaixo da média histórica com 14.450 pagantes por jogo (ficamos em 12º lugar no ranking). Nosso maior público como mandante foi contra o Flamengo (34 mil pagantes), sendo que somente 15% eram tricolores. Sem essa partida, ficaríamos com uma média de 13.336 torcedores pagantes e seríamos o 15º em média de público no ranking. (https://goo.gl/Rac7Kc)

DESEMPENHOS DO FLUMINENSE NA POLÍTICA DO BBB (DE 1990 A 1999):

A década de 90 ficou marcada para o futebol tricolor pela política do BBB (“bom, bonito e barato”), e todos nós sabemos quais resultados foram alcançados.


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Média geral:

Nossa média geral em campeonatos brasileiros nos anos da política do BBB foi de 8.700 torcedores pagantes por jogo. Nos anos 90, não havia a facilidade de transmissões de jogos pela TV e internet, mas podemos constatar que os tricolores não compareceram devido às campanhas pífias desta década.
(https://goo.gl/1YacMa)

Conclusões:

Concluímos que os principais motivos que fizeram com que a torcida tenha se distanciado do Fluminense na década de 90 foram: a falta de verbas e, consequentemente, de elencos competitivos e de ídolos; ausência de títulos importantes, com campanhas pífias, e realização de jogos em estádios com capacidade pequena, como no caso de Laranjeiras.

Fluminense Campeão BrasileiroDESEMPENHOS DO FLUMINENSE EM PARCERIA COM A UNIMED:

Nossos desempenhos na era Unimed, mesmo em anos em que não nos sagramos campeões, demonstram que investimentos no futebol, com a chegada de ídolos e destaques no elenco, são determinantes para o aumento da média de público e a melhora na performance esportiva. Senão vejamos:

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Conclusões:

Em 2000 fizemos excelente campanha perdendo para o São Caetano no Maracanã. Em 2001 e 2002 também fizemos boas campanhas perdendo, respectivamente, para Atlético PR e Corinthians nas semifinais.

De 2000 a 2009, nossa média de público foi de 16.500 pagantes, ou seja, o dobro de espectadores dos anos 90.

Nossa média de público em jogos da Libertadores é de 31.500 pagantes, o dobro da média geral do Campeonato Brasileiro, e tivemos o pico de 53.000 torcedores pagantes em 2008. Portanto, é de suma importância nos classificarmos para esta competição, pois nossa torcida, tão carente de títulos internacionais, comparece em peso aos jogos, o que resulta em um aumento considerável de receita de bilheteria (http://www.fluzao.info/).

Concluímos que a chegada de bons jogadores, ídolos, montagem de equipes competitivas e, consequentemente, participações em competições internacionais, empolga a torcida e resgata a autoestima dos torcedores, fazendo com que os tricolores retornem aos estádios em grande número.

INVESTIMENTO + DESEMPENHO = RECEITA

Conforme constatamos, elencos competitivos com bons jogadores e ídolos resultam em grande público e, em muitas das vezes, em conquista de títulos. E ídolos e títulos geram receitas!!! Apenas para termos uma ideia, se participássemos de todas as competições e fossemos campeões delas, poderíamos angariar os seguintes prêmios:

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Ou seja, um excelente time, formado por grandes jogadores e ídolos, pode auferir R$ 160 milhões em receitas em um único ano!!!!

Austeridade Financeira – Considerações Finais:

  • Não por acaso, nossa melhor média de público na história de campeonatos brasileiros foi em 1976, ano em que o Fluminense recebeu a alcunha de “Máquina Tricolor”. Naquele ano, nosso time era composto por craques, uma verdadeira seleção envergando as cores verde, branco e grená. O slogan da época era “compra que a torcida garante”. Nos dias de hoje, em uma temporada de 40 jogos, com ingresso médio vendido a R$60,00, teríamos nada menos do que uma receita bruta de R$ 110 milhões/ano.
  • Nos anos 90, na política do BBB, houve pouco investimento, pouca torcida, e consequências graves na história do Fluminense. O “barato saiu caro”.
  • Nos anos 2000, contamos com grandes investimentos e, consequentemente, excelentes times. Como resultado de um elenco forte, ganhamos títulos e participamos de competições continentais, o que nos fez atingir o dobro da média de público em relação aos anos 90 (a despeito da transmissão de jogos por pay-per-view).
  • No ano de 2008, com a montagem de excelente elenco e a participação do Fluminense na final da Libertadores da América, a média de público foi altíssima e resgatamos o orgulho de ser tricolor.

Conclusões Finais:

Chegamos à conclusão de que grandes times, a contratação de jogadores de ponta e a chegada/manutenção de ídolos trazem público aos estádios, dão credibilidade ao clube por parte de torcedores/patrocinadores, aumentam o número de sócios, as ações de marketing e os investimentos/patrocínio no clube.

No futebol tudo gira em torno de valores astronômicos; não é somente cortando custos, mas, sim, aumentando receitas, que o Fluminense irá crescer. Patrocínio forte é quase sempre sinônimo de futebol forte e de clube forte. Investimentos altos resultam em receitas altas, visibilidade, aumento de torcida e títulos, gerando um ciclo positivo e fazendo com que o clube deixe de ser coadjuvante e passe a ser protagonista. É assim que pensamos e vislumbramos o Fluminense sob uma administração competente, responsável e ousada na medida certa!!!

 

Saudações Tricolores de coração!!!

*Colaboração – Texto, estatísticas e pesquisa por Geraldo Barros (Gestor de futebol e Tricolor de Petrópolis/RJ)