Bola da Vez ESPN – Entrevista de Pedro Abad

Pedro Abad e Peter Siemsen

A entrevista de Abad na ESPN – programa Bola da Vez

Qualquer exército tem a cara de seu comandante. Essa lógica foi a tônica da entrevista insossa do atual presidente Pedro Abad ao programa Bola da Vez da ESPN nesta última semana. Insossa e genérica tal qual é a atual administração do clube. Porém, sejamos justos, os entrevistadores não ajudaram em nada…

Careca - Torcedor símbolo do Fluminense
Guilhermino Destez Santos., o “Careca” – Torcedor símbolo do Fluminense

Nosso presidente desde o início já deixa claro que não tem muita afinidade com a arquibancada tricolor, ao colocar que o fantástico Careca é apenas “interessante”. Não fique triste Guilhermino, ele não sabe o que diz… Quem acompanhou o Fluminense entre as décadas de 60 e 80 teve o prazer de vê-lo e de reverenciá-lo. O torcedor símbolo Careca fazia parte da nossa arquibancada, nos ensinava a torcer de forma apaixonada e era simplesmente apaixonante. Usava a bandeira do Fluminense nas costas como se fosse uma capa, assim como um verdadeiro “Super Herói” e, para nós tricolores, o senhor Careca jamais seria apenas “interessante”. Foi um ícone enquanto teve forças para comparecer em todos os jogos fazendo a alegria de todos com muito pó-de-arroz.

 

 

Patrocínio Master

Quando perguntado sobre o tema patrocínio, lembrando que não temos patrocínio master há cerca de 2 anos, o presidente Abad coloca, como de praxe, a culpa em tudo… Na crise, no planejamento das empresas, até na Caixa Econômica Federal (que teria balizado por baixo o preço do mercado). Só não admite qualquer espécie de erro de avaliação ou de

Os patrocínios da CAIXA ao futebol obedecem aos critérios estabelecidos no PROFUT, além de outras exigências legais que definem a comprovação de regularidade fiscal dos clubes
Os patrocínios da CAIXA ao futebol obedecem aos critérios estabelecidos no PROFUT.

ação da sua gestão quanto ao tema.

Inclusive, diz que as contrapartidas para aceitar o patrocínio com a CEF eram “pesadas” e que preferiu ir ao setor privado (Leia aqui: As 20 propostas de patrocínio em junho/2017). Esquecendo que tal avaliação foi feita em janeiro e que já lá se vão 10 meses e nada… Ou seja, as contrapartidas deveriam ter o peso de 179 elefantes brancos ou a avaliação do presidente e de sua equipe foi extremamente equivocada. Não há outra opção… Sendo importante destacar que a quase todos os demais clubes da primeira divisão as contrapartidas exigidas pela CEF não pareceram tão pesadas assim, tanto que estão todos aí estampando a Caixa no peito como patrocínio Master (Leia aqui as exigências da Caixa).

Fato é que, como nunca saberemos o verdadeiro “peso” das contrapartidas, pois transparência não é o forte da gestão, ficamos com a segunda opção.

Futebol

“O Fluminense tem uma folha salarial que não é condizente com a situação financeira do clube”. Essa foi a frase utilizada pelo presidente. Ou seja, nosso time, na visão do presidente é caro. Aliás, vale destacar que o nosso time atual é mais caro do que os times de 2015 e de 2016 (para avaliar apenas o cenário pós Unimed), porém nosso time hoje não possui absolutamente nenhum jogador capaz de exercer uma liderança, capaz de desequilibrar um jogo de futebol ou capaz de algo a mais. Esse cenário é lamentável e demonstra a enorme incapacidade da atual gestão de trabalhar com o futebol do Fluminense.

O presidente tenta colocar a culpa de seu atual fracasso no cenário futebolístico no período pós Unimed. O que o presidente precisa lembrar é que o Fluminense foi comunicado da saída do patrocinador em meados de dezembro de 2014, ou seja, no ano de 2015 não haveria mais aporte financeiro especial para o futebol. Sendo assim, com a saída da Unimed optou-se por renovar os contratos de apenas 05 jogadores considerados a espinha dorsal do elenco: – Diego Cavalieri, Gum, Jean, Wagner e Fred.  Para o

Cavalieri, Fred e Jean na Seleção Brasileira.
Cavalieri, Fred e Jean na Seleção Brasileira. (Foto: Lancepress)

presidente não deveríamos tê-los mantido, deveríamos ter feito de outra forma, tal como agora, com reforços vindo do poderoso futebol eslovaco e da pujante quarta divisão do futebol brasileiro.

Cabe ressaltar que dois desses atletas citados ainda são titulares do time atual e responsáveis diretos pela melhora considerável do time na luta contra o rebaixamento nas últimas rodadas. E os outros três saíram e o Fluminense ainda obteve receita com as vendas.

Para o presidente Pedro Abad o Fluminense precisa adequar o perfil econômico à realidade do clube, ou seja, economia doméstica. Exatamente como fazemos em nossa residência. Todavia, estamos falando de um clube de futebol, o qual vive de conquistas, de títulos, de triunfos no campo e de ídolos. As conquistas geram premiações, geram públicos maiores no estádio, geram mais visibilidade, que leva ao maior interesse das empresas patrocinadoras, que leva à obtenção de uma maior receita para melhoria de um time de futebol cada vez mais vitorioso. Isso se chama “ciclo virtuoso” senhor presidente, algo que o senhor parece estar muito longe de entender como funciona.

Xerém

“O Fluminense quer ser a maior base formadora de atletas do Brasil”. A pergunta logo na sequência é excelente: – Para usar ou para vender? Ninguém é insano ao ponto de colocar que não se deva vender atletas, todos sabem que é uma necessidade,

Wendell rumo ao PSG
Wendell rumo ao PSG 25/06/17 – Foto: MIGUEL SCHINCARIOL

entretanto, o grande problema é quando as vendas são realizadas muito antes do retorno técnico do atleta. Diversos casos podem ser vistos na última gestão Peter e a gestão Abad mantém o modelo, até porque é evidentemente (conforme dito em campanha) uma gestão de continuidade. O caso mais recente foi o do  Richarlisson. O atleta foi vendido visando única e exclusivamente ao retorno financeiro, não se levando em consideração a perda técnica ao tão combalido elenco tricolor. O resultado todos nós estamos vendo. Deixando claro que outros atletas não foram vendidos porque não houve proposta concreta. Caso houvesse, obviamente também teriam saído.

 

 

Finanças

“O gestor tem que ter responsabilidade e pode ser responsabilizado na pessoa física. É importante que isso aconteça”.

Twitter de Pedro Abad nas eleições.
Twitter de Pedro Abad nas eleições.

Entretanto, o senhor Pedro Abad, enquanto esteve na condição de presidente do conselho fiscal (durante os anos de 2013 a 2016), em momento algum relatou que o ex-presidente Peter não agia com responsabilidade financeira. E para piorar a situação, compactuou, junto com o seu grupo político, com a aprovação das contas do ano de 2016 (último ano da gestão Peter – Clique e veja), onde foi nítida a falta total de responsabilidade com o Fluminense Football Club. Mas sabemos que na gestão atual, infelizmente, palavras o vento leva…

Peter, Abad e Flusócio são uma coisa só. Sempre foram. E por tal motivo não cola a transferência de responsabilidades oportunista e de acordo com as conveniências de momento. O sócio do Fluminense não é trouxa. Estamos de olho e vamos fiscalizar e denunciar tudo o que estiver errado.

É o nosso dever enquanto oposição consciente.

E viva o Fluminense !!!