Fluminense, Mercado e Imagem
Num mercado extremamente concorrido e competitivo, temos que nos preocupar sempre com a imagem que o Fluminense passa aos players. A entrevista concedida dias atrás ao jornal O Globo pelo atual CEO Marcus Vinícius Freire tem o título “CONTRA A CRISE – a luta tricolor”. Interessante que a crise não é de agora, a crise vem desde a administração passada, cujo atual presidente do clube era o então presidente do Conselho Fiscal, sendo importante lembrar que o ex-presidente Peter Siemsen foi o mais importante cabo eleitoral da chapa da situação encabeçada por Pedro Abad. Ou seja, uma verdadeira misturada que torna impossível ser desvinculada. Fato que não há um início de processo em 2017, mas sim uma
continuação, que isso fique claro.

No texto da entrevista é colocado que o déficit do Fluminense é de 75 milhões de reais, porém não leva em consideração que havia no orçamento uma previsão acerca da necessidade de receitas extraordinárias de 35 milhões, sendo 32 milhões vindos de cessão de direitos econômicos, ou seja, venda de atletas. Isso significa que, caso essa receita não seja alcançada, a tendência é de um déficit ainda maior. Além disso, no orçamento havia previsão de receitas expressivas com rendas de bilheteria e de patrocínios. Como será que estamos nesses quesitos? Transparência não é o “carro-chefe” da gestão e tudo indica que as receitas projetadas no orçamento não foram alcançadas…
Patrocínio Master no Uniforme

Quanto ao patrocinador master é fundamental que haja atrativos para gerar interesse numa empresa para que a sua marca seja associada ao clube
e estampada em nossos uniformes e demais plataformas. Temos certeza que nenhuma grande empresa gostaria de associar a sua marca a vários jogadores de nível duvidoso que hoje permeiam o nosso elenco profissional. Mas quem sabe se tivermos um painel luminoso de LED na nossa camisa isso muda? Afinal, seria revolucionário e poderíamos ficar tranquilos, pois com um painel de LED haverá espaço para todas as 20 empresas que iriam patrocinar o Fluminense conforme promessa de campanha. Deviam estar apenas esperando por isso para finalmente patrocinarem o Fluminense. Só rindo para não chorar…
Fluminense Clube Social
Nosso CEO também comentou sobre as mensalidades do clube social, destacando que são as mais baratas do Rio de Janeiro. Na verdade, pode-se dizer que são até caras, pois o clube social do Fluminense está completamente abandonado, sem manutenção e sem qualquer zelo. Situação constatada facilmente quando ocorrem fatos em que sócios têm seus pés cortados na piscina pela ausência de azulejos… O clube social está morrendo e muitos da atual gestão sequer estão preocupados, pois o desejo é realmente dizimá-lo por completo. Quem sabe para transformá-lo em um centro comercial ou em um shopping center. Entretanto, para nós, que amamos o clube, sua história, suas tradições e porque sabemos da sua grandeza e do seu potencial, acreditamos que para se aumentar as adesões ao quadro social será necessário muito mais que parcerias com ex-atletas. Será necessário reinventá-lo e adaptá-lo aos anseios da vida moderna.
Ajude-nos a Pensar o Fluminense
Em evento realizado no Guerreiros Sport Bar no dia 24/08/17, intitulado “Ajude-nos a pensar o Fluminense”, colocamos nossas propostas e recebemos outras tantas para a revitalização e reinvenção do clube, seus espaços e sua utilização como clube social aliado ao uso para modalidades olímpicas de competição. Solução há. Não temos dúvidas quanto a isso. Basta ter vontade. Não é nem questão de falta de dinheiro especificamente para tais situações.
Sistema de Scout
Porém, o mais assustador da entrevista é quando o CEO coloca que um dos objetivos para o futebol do Fluminense Football Club é que jovens estudantes desenvolvam um sistema que cruze dados estatísticos de atletas, para assim fazer economia e atender as demandas do treinador Abel Braga. Está mais do que constatado que não temos um sistema decente de scout. Por tal motivo, urge a implantação do Centro de Inteligência de Futebol do Fluminense (vide nosso post anterior sobre o tema. CLIQUE AQUI).
Comitê Gestor

Curioso que o presidente Abad dizia antes de assumir que faria futebol de uma maneira diferente e que a ideia básica era montar um comitê gestor de cinco pessoas: – o presidente, o vice de futebol, o gerente da base, o executivo do profissional e, por fim, o próprio técnico. No entanto, hoje constatamos que a realidade é que não temos mais VP de futebol, o gerente da base é um híbrido com o executivo do futebol e, dependendo da situação de momento, flutua onde lhe for mais conveniente. Temos ainda também um gerente de futebol aparentemente perdido. Ou seja, só sobra o treinador. Daí entende-se o porquê da afirmação do CEO sobre “atender as demandas do Abel”.
Ao fim da entrevista ainda temos que ler que “um ano de economia, mas sem aumentar receita, não é suficiente.” Aumentamos nossa receita ? Não.
Para bom entendedor…