Matéria Jornal O Dia – Flu: Acreditou quem quis – 30/10/2007

Paulo Mozart - Tricolor de Coração

30/10/2007 01:46:00

Flu: Acreditou quem quis

Rival de Horcades afirma que avisou sobre o pré-contrato de Thiago Neves

Mauro Leão

 

Rio – O empresário Paulo Mozart, um dos candidatos ao cargo de presidente do Fluminense nas eleições de novembro, garante que anunciou nas Laranjeiras que o apoiador Thiago Neves havia assinado um pré-contrato com o Palmeiras, dias depois de ele ter firmado compromisso com o clube paulista. “Antes de o jogador renovar com o Fluminense, eu alertei a todos dentro do clube”, afirmou.

Ele conta que também fez a denúncia pela Internet. “Publiquei a informação na NET, num dos fóruns tricolores. Se tivessem me escutado, todo este constrangimento teria sido evitado”, disse o empresário.

Segundo Paulo Mozart, suas denúncias foram encaradas como protesto de candidato. “Fiquei sabendo quase no mesmo dia.

Thiago Neves
Thiago Neves

Recebi a informação direto de São Paulo. Avisei que o Thiago Neves recebera R$ 400 mil na mão e que comprara um BMW zero. Não me levaram a sério! Olha o que aconteceu”, comentou.

Ele criticou a atitude do jogador, que errou ao assinar dois contratos, mas culpa a diretoria do Fluminense pela omissão. “Foi uma irresponsabilidade. O garoto é de origem pobre e, de repente, viu cair R$ 400 mil em suas mãos. Deixaram que o treinador tomasse a frente e resolvesse a questão da renovação do Thiago Neves. Olha só no que deu”.

Depois de toda a lambança, só resta ao Fluminense contar com a boa vontade do Palmeiras. O assessor jurídico da presidência tricolor, Marcelo Penha, conta com o bom relacionamento entre os clubes para chegar a um acordo. Ninguém vai ficar no prejuízo”, afirmou.

O Palmeiras, no entanto, finca, o pé e garante que vai ficar com o jogador nem que tenha que recorrer à Justiça. Mas o clube paulista só vai se manifestar em 10 dias, quando o Tribunal Regional do Trabalho paranaense julgar um processo movido por Thiago Neves contra o seu ex-clube, o Paraná.

Clube pagou à empresa esportiva

O ‘Ataque’ teve acesso a documento detalhando a venda do lateral Marcelo para o Real Madrid, em 14 de novembro de 2006, provando que o clube pagou 1 milhão de euros (aproximadamente R$ 2,5 milhões) de comissão à empresa F.P. Marketing Esportivo Ltda, do empresário Richard Alda, sócio de Marcelo Fishel, filho do ex-presidente do Fluminense David Fishel.

O clube carioca negociou Marcelo por seis milhões de euros, equivalentes, na época, a R$ 16.746.000,00, em duas parcelas de três milhões de euros.

Richard Alda é conhecido como ‘Rei de Xerém’ por empresariar a maioria dos jovens vindos das categorias de base. “Um absurdo. O clube vende um jogador por seis milhões de euros e paga 1 milhão de comissão”, criticou Paulo Mozart.

DÍVIDA ESTA CRESCENDO A CADA ANO

Paulo Mozart prova através de documentos que a dívida do Fluminense está crescendo a cada ano. “Ao contrário do que prega o presidente Roberto Horcades, o passivo do clube cresceu assustadoramente. Ele disse que pagou R$ 30 milhões. Mas o débito, que era de aproximadamente R$ 138 milhões, ultrapassa os R$ 164 milhões”.

O fantasma dos débitos com encargos sociais assusta. No fim de 2006, alcançavam a cifra de R$ 95.760.345,51. “O pior é que está se transformando numa bola-de-neve. O clube deixou de recolher de forma fraudulenta os 15 % das arrecadações, que seriam abatidos nas dívidas trabalhistas. A Justiça bateu o martelo e agora o Fluminense tem que pagar aproximadamente R$ 720 mil mensais. Como não paga, o débito se acumula”, denuncia Paulo Mozart.

Procurado para comentar sobre os problemas tricolores, Peter Siemens, que ontem lançou oficialmente a sua candidatura, mostrou-se preocupado com a parte orçamentária. Mas apoiou a gestão do futebol.

Procurado através do seu celular, o presidente Roberto Horcades não foi encontrado. Amanhã, o Fluminense enfrentará o Figueirense em Florianópolis. Fernando Henrique torceu o joelho e deve ser substituído por Diego.